Em um mundo cada vez mais conectado — e ao mesmo tempo carente de conexões reais — eventos ganham novo significado quando conseguem reunir pessoas com uma paixão em comum. Esses encontros deixam de ser apenas “programações” para virar experiências transformadoras. E o segredo por trás disso? As comunidades. Os fãs.
Mais do que consumidores, essas pessoas constroem universos ao redor do que amam. Estão presentes em fandoms de séries, artistas, esportes, literatura, espiritualidade, games, animes ou causas sociais. E quando essas paixões se cruzam com eventos bem pensados, o resultado é algo que transcende qualquer expectativa.
O fenômeno dos fandoms: afeto que movimenta bilhões
Você já deve ter visto: fãs que viajam quilômetros para ver seus ídolos, enfrentam chuva para ficar na fila da frente, economizam por meses para comprar produtos exclusivos ou organizam ações coletivas para promover quem admiram. Esse comportamento não é aleatório — ele é emocionalmente poderoso. No Brasil, mais de 80 milhões de pessoas se declaram fãs de alguém ou algo, e cerca de 40% afirmam gastar mensalmente com produtos, eventos e experiências ligadas a esse universo.
Mas esse movimento não acontece apenas ao redor de superestrelas. A lógica do fã se aplica a qualquer grupo de pessoas que compartilham um vínculo emocional com uma ideia, marca ou estilo de vida. Isso significa que há fandoms por astrologia, por artistas independentes, por causas ambientais, por podcasts, por realities shows e até por memes.
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Eventos como catalisadores de pertencimento
Quando um evento entende essa lógica, ele se torna mais do que um local com palco, iluminação e cronograma. Ele vira um território de pertencimento. Para essas comunidades, estar presente é quase como encontrar uma extensão de si mesmas. Há um código invisível sendo compartilhado: “aqui, eu sou compreendido”.
E esse sentimento é poderoso. Eventos assim geram memória afetiva, fazem as pessoas voltarem nas próximas edições e — o mais importante — fazem elas contarem para outras pessoas. Isso é algo que nenhum outdoor ou impulsionamento de rede social consegue comprar.
Fãs não querem ser público. Eles querem ser parte.
Os fandoms não querem só assistir. Eles querem interagir, se expressar, cocriar. Produzem fanarts, organizam flash mobs, compartilham teorias, participam de painéis, promovem arrecadações solidárias e até escrevem histórias paralelas com seus personagens favoritos. Essa dinâmica vale ouro para qualquer organizador de evento: quanto mais espaço você der para o público participar, mais envolvido ele estará.
É por isso que as marcas e produtoras que entendem isso se destacam. Quando um festival cria ativações personalizadas, quando uma convenção oferece espaço para talentos do próprio público ou quando um evento regional convida criadores locais para se apresentar — a mágica acontece. O evento se torna da comunidade.
Não é sobre quantidade. É sobre relevância.
Muita gente ainda pensa que o sucesso de um evento está na quantidade de pessoas presentes. Mas, na verdade, o que define o impacto é a qualidade da conexão gerada. Um encontro pequeno, bem direcionado e emocionalmente significativo pode ter mais resultado do que uma grande produção genérica. Por quê? Porque pessoas envolvidas compartilham, recomendam, defendem, promovem.
É o famoso “boca a boca” potencializado pelas redes sociais. Quando o evento toca a emoção de alguém, essa pessoa se torna agente ativa de divulgação. E isso acontece quando ela sente que faz parte de algo especial, algo que reflete quem ela é.
Para quem organiza: o que isso tudo ensina?
Se você trabalha com eventos — ou está começando — esse insight é valioso: fãs não são só público. Eles são parceiros criativos. Eles não estão apenas na plateia; eles querem estar nos bastidores, nas decisões, nos bastidores. Quando você dá espaço para isso, está ativando algo que nenhuma verba de marketing sozinha consegue construir: comunidade.
Não é preciso orçamento milionário para fazer isso acontecer. Às vezes, a simples decisão de ouvir seu público e adaptar o evento às referências deles já muda tudo. A estética, a trilha sonora, os horários, o tipo de comida vendida, a escolha do espaço, os convidados… tudo pode ser pensado com base nesse olhar de cuidado.
A Evene acredita nisso. Que eventos não precisam ser grandes para serem impactantes. Eles só precisam ser verdadeiros. Quando você cria encontros que refletem a identidade de um grupo — seja pequeno ou gigante — você não está apenas montando um palco. Você está criando um espaço onde as pessoas se reconhecem. E isso é o que realmente importa.